7 de abril de 2013

O Tempero da Vida


Pimenta .... aquece e queima
Canela....é doce ...é amarga.. como as mulheres
Sal...precisamos de sal em nossas vidas
(Frase dita no Filme O tempero da vida)





Famoso entre gastronomos e gourmets, este é um filme que quando assisti, me encantei com os aromas e sabores que brotam da tela...

http://www.youtube.com/watch?v=mK33xQxbYW4 (assistam)

A crítica do Rubens Ewald Filho foi simples mas com muito conteúdo...
"O filme trata de um assunto que interessa a todos: gastronomia. É o "A Festa de Babette" da culinária grega, exótica e apetitosa."


Para ilustrar, a receita desta semana leva uma  das especiarias mais faladas neste filme....
A Canela....
Muito utilizada na culinária grega( diga-se de passagem, uma parte da minha culinária favorita, a culinária do mediterrãneo) é utilizada em receitas tanto doces quanto salgadas ( que fica surpreendente para nosso paladar que não esta acostumado com esta aplicação mas eu amo!).
É aquela que aproxima as pessoas, as deixam mais familiares e receptivas, afrodisíaca e que nos recorda os doces feitos pelas nossas avós, com amor, açúcar e canela.
Se quiser sempre ter sucesso em um jantar, termine sempre com canela....ela me parece ser o ponto final ou de exclamação da gastronomia....

Apreciem as artes e bom apetite!

Sorvete de especiarias e whisky com abacaxi grelhado



1 colher (sobremesa) de canela em pó
1 colher (chá) de noz moscada em pó
1 colher (chá) de cravo em pó
1 colher (chá) de cardamomo em pó
1 xícara (café) de whisky
1 pote de 2 litros de sorvete de creme
1 abacaxi maduro
canela em pau para decorar ou caramelos em ponto de bala dura

Modo de preparo

Deixe o sorvete fora do freezer para que fique mole. Coloque-o em um bowl ou bacia grande, adicione as especiarias e o whisky. Misture bem, coloque a mistura no pote de sorvete e leve ao freezer por 1 hora. Retire ele e bata na batedeira até que esteja cremoso. Volte a mistura ao pote de sorvete e leve ao freezer novamente por no mínimo 4 horas.
Na hora de servir, descasque o abacaxi sem deixar nenhum "olhinho". Retire o miolo e corte em rodelas de aproximadamente 1,5 cm. Aqueça bem uma frigideira com um pouco de manteiga e passe as fatias de abacaxi até que fiquem douradas.
Posicione a rodela de abacaxi no centro do prato, coloque uma bola generosa do sorvete preparado previamente e decore com a canela em pau ou com o caramelo em ponto de bala dura como o da foto.
Salpique canela em pó ou açúcar mascavo ao redor do prato.

Dica : você pode usar a especiaria que quiser na quantidade que preferir. Vale tudo, como por exemplo, pimenta do reino, aniz estrelado, pimenta caiena, trocar o whisky por rum.... solte a imaginação e faça novas combinações...

3 de abril de 2013

Bombom d'Alcatra

Picanha! Esta é a palavra que vem à mente de todo brasileiro quando o assunto é churrasco. Mas alguns cortes especiais vem tomando seu espaço junto à nossa churrasqueira.
Mais usualmente os cortes argentinos como o bife de chorizo e o bife ancho, além dos cortes americanos e europeus como o T-bone steak, Flank steak, Prime rib ja compunham os churrascos mais requintados, e o cardápio das melhores steakhouses, e estão cedendo lugar a cortes desenvolvidos no Brasil, como a fraldinha, desenvolvida em 1967 por Marcos Bassi, e o bombom de alcatra, também descoberto por Bassi, e é sobre esse último que falaremos hoje, o Bombom da Alcatra.

O Bombom, ainda desconhecido por muitos, inclusive açougueiros, ao contrário do que alguns pensam, não é o miolo da Alcatra nem a rolha da Alcatra, mas sim uma carne "ligada" a esta. Há uma membrana muito fina, como uma película que separa o Bombom do miolo da alcatra, onde, depois de 'limpa', ou seja, sem a gordura excedente e as aponevroses, lembra muito o filé mignon, inclusive no formato, porém uma peça de bombom dificilmente passa de 1kg.
 Considerada por muitos o corte mais macio do boi, o bombom vem conquistando seus fãs pela textura e sabor, quebrando o paradigma de que somente carnes marmorizadas são altamente macias e saborosas. Geralmente retira-se a capa de gordura do bombom, que, em alguns casos pode cobrir até metade da peça, mas para grelhar na churrasqueira ou parrilla  deixa-se uma pequena capa de gordura para provar as nuances de sabor.

Há inúmeras formas de preparo do bombom, sendo as mais comuns: grelhar em chapa ou churrasqueira (lembrando que grelhar na churrasqueira não é o mesmo que assar, ja que, quando grelhamos a carne deve estar a 15cm da brasa, e quando assamos deve estar entre 40 e 60cm da brasa, pedaços menores costuma-se grelhar, e os maiores são assados.)

A receita seguinte foi feita em chapa, mas também pode ser preparada na churrasqueira, desde que alguns cuidados sejam tomados, tais como temperatura e distância entre a carne e a brasa.

Bombom d'Alcatra grelhado:

- 1 Bombom da alcatra (+/- 1kg)
- sal grosso quanto necessário
- páprica picante uma pitada por pedaço
- pimenta do reino
- um fio de azeite

Preparo na chapa/frigideira:

Inicialmente vamos cortar o bombom em fatias de aproximadamente 2 dedos de largura, depois temperamos com sal grosso, dispondo um pequeno punhado no fundo do refratário ou prato, em seguida colocamos os pedaços sobre o sal grosso, depois polvilhe uma pitada de páprica picante e pimenta do reino sobre os pedaços, e por último mais uma pitada generosa de sal grosso por cima.
Coloque um fio de azeite sobre a chapa ja quente, retire o excesso de sal dos pedaços de bombom e coloque-os para grelhar, note quando a base do peçado tem aproximadamente 1/3 da espessura da fatia ja frita/selada, e vamos virar os pedaços, se necessário, acrescente mais um fio de azeite e repita o processo anterior até selar o pedaço por igual. O ponto do bombom pode ser identificado quando aperta-se no meio do pedaço com uma espátula ou pegador, e este não esteja mais tão macio, deve ter adquirido uma certa rigidez, pois quanto mais macio estiver, mais mal passado estará. Retire quando estiver no ponto de seu gosto e sirva-o ainda quente.

Preparo na churrasqueira:

Cortaremos os pedaços de bombom um pouco maiores para garantir sua maciez e suculência, portanto os deixaremos com espessura de aproximadamente 3 dedos. Há quem prefira temperar somente com sal grosso quando for grelhar em churrasqueira, e também o prefiro, ja que a brasa confere algumas notas de sabor bem peculiares. Após cortados vamos repetir o processo de temperar como descrito acima, porém, vamos passar o sal na carne cerca de 5 minutos antes de colocar para grelhar, e vamos deixar o prato ou refratário próximo a churrasqueira para que a carne vá adquirindo a temperatura da churrasqueira... Passados 5 minutos, retiramos o excesso de sal e dispomos os pedaços do bombom sobre a grelha, ali o deixaremos até dourar o lado de baixo ou notarmos uma mudança de cor até a metade do pedaço, e então viramos (lembrem-se de não furar o meio do pedaço no caso de utilizarem um garfo para virar, pois assim poderá perder suculência). Depois de virados os pedaços, vamos notar a parte superior, ja selada, e quando nesta começar a surgir o líquido da carne, está pronto, ao cortarmos vamos notar o meio do pedaço ainda bem vermelho e muito suculento, e para quem preferir mais passada, pode deixar por mais alguns minutos.

Agora você poderá se deliciar com o sabor e a maciez únicos desse corte nobre e cada vez mais cultuado nos churrascos de todo o Brasil.

Para acompanhamentos podemos servir arroz branco, ou arroz biro-biro, farofa, uma vinagrete, ou ainda um risotto de sua preferência. Bom apetite!
 




26 de março de 2013

Purê de maçãs e especiarias


Esta receita é simples...simplesmente mágica. As especiarias aqui usadas liberam aromas que aguçam nossos sentidos e fazem com que as pessoas fiquem mais alegres, receptivas e amorosas. Combine estes elementos em um jantar em família com  um pernil assado ou simplesmente com sorvete de creme e folhas de menta em um jantar a dois. Versatilidade e afeto são resultados esperados.

Purê de maçãs com especiarias

Ingredientes

5 unidades de maçã fugi
3 unidades de maçã gala
150 gramas de manteiga
sal
5 colheres de sopa de açúcar
1 colher de sopa de vinagre
1 colher de café de canela em pó
1/2 colher de café de cravo em pó
1/2 colher de café de noz moscada em pó
1/2 colher de café de gengibre em pó
1/2 colher de café de cardamomo em pó

Modo de Preparo

Descasque as maçãs e corte em cubos de aproximadamente 2 cm.
Em uma panela de fundo grosso, derreta metade da manteiga e adicione os cubos de maçã. Deixe cozinhar em fogo alto até que as maçãs comecem a caramelizar levemente. Abaixe o fogo, adicone pitadas de sal, o açúcar, vinagre e as especiarias. Mexa sempre até que apenas alguns cubos de maçã desmanchem..
Desligue o fogo, adicione o restante da manteiga e misture. Sirva quente, seja acompanhando uma carne de porco, um salmão assado ou com uma bola de sorvete como sobremesa.

22 de março de 2013

Risoto de 7 cereais e meia cura



Risoto de 7 cereais com vagem, gengibre e meia cura

Rendimento: 4 porções

Ingredientes:
1 ½ xícaras de chá de arroz 7 cereais
2 colheres de sopa de manteiga
2 colheres de sopa de azeite
100 gramas de vagem picada e pré cozida
1 colher de sopa de gengibre ralado
1 xícara de chá de queijo meia cura ralado
4 colheres de sopa de cebolinha picada
Sal
½ cebola picada


Modo de fazer:
Cozinhe o arroz 7 grãos em água fervente abundante por aproximadamente 35 minutos ou até que os grãos fiquem macios. Escorra a água, adicione o azeite, misture e reserve.
Em uma panela refogue a cebola e a vagem. Adicione o gengibre e o arroz 7 grãos cozido, misture bem, acerte o sal e acrescente o queijo meia cura ralado. Apague o fogo e finalize com a cebolinha. Sirva ainda quente.

20 de março de 2013

Moranga Baby Recheada

Nesse post resolvi pegar nosso, ja tradicional, camarão na moranga, e estudar um pouco o assunto, pra tentar criar algo diferente... Não, mentira! Estava no supermercado, vi a mini abóbora, achei bonita e comprei pra fazer algum prato e fotografá-lo depois (risos), sim, eu faço isso. Com a mini abóbora em mãos, faltava decidir o recheio: Camarões, sim, mas só camarão? E se fizer como a moranga dos camarões, com requeijão ou cream cheese? Legal, mas porque fazer assim, como sempre foi feito? Eis a minha proposta, para váááários pratos e criações, afinal podemos fazer o mesmo, diferente. ;-)

Mantive a proposta do camarão, mas faltava escolher o queijo, e depois de alguns minutos frente a estes, decidi: Queijo Minas Padrão.

A proposta era criar uma entrada, ou um prato de pequeno volume mássico, como num menu degustação, mas com alto valor gastronômico.

Vamos ao preparo, desta vez com receita =)
* Valores referentes a uma porção individual:

- 1 Moranga baby ou mini abóbora
- 4 camarões cinza médios ou  3 camarões rosa grandes
- Lemon pepper q.b.
- 30g de queijo minas padrão ralado grosso ou em lascas

Procedimento:

Vamos inicialmente cozinhar a moranga baby até o ponto onde tentarmos enfiar o garfo, e este encontrar certa resistência por parte da casca, mas que se aprofunda com facilidade e pouco esforço na polpa da abóbora, mas não com muita facilidade para não ficar muito mole, pois ela ainda vai ao forno. Enquanto cozinha a abóbora, limpamos os camarões, neste caso pré-cozidos, e os temperamos com lemon pepper apenas. Enquanto a abobora não chega à textura na qual queremos, faça uma coletânea de suas músicas preferidas e coloque no seu player pra tocar enquanto vc cozinha.
Abóbora no ponto, daremos um choque térmico em água gelada e com gelo para cessar sua cocção, pois, do contrário, ela ficaria mais mole e com possibilidade de quebrar e/ou desmanchar.
Com uma faca de legumes, retire a parte superior da abóbora onde encontra-se o talo, ou o que sobrou deste, circundando-o afastado 0,5cm do centro, em profundidade para retirar a polpa. Após aberta, com uma colher de sobremesa retire as sementes e as fibras que as prendem. Agora coloque um camarão no fundo e uma leve camada do queijo por cima deste, e, assim, até completar a parte interna da abóbora.
Leve ao forno por 4 minutos a 164°C aproximadamente. Retire do forno e sirva em seguida, faça uma decoração de seu agrado, e delicie-se visual e gustativamente falando. =)

19 de março de 2013

Caldo de mandioquinha salsa


Caldo de mandioquinha salsa com bacon e linguiça

Ingredientes:

1/2 kg de mandioquinha salsa descascada e cozida
1 batata grande
1/2 gomo de linguiça calabreza picada em cubos pequenos
70 gr. de bacon cortado em cubos pequenos
1/2 cebola picada
4 dentes de alho picados
3 colheres de sopa de salsa e cebolinha picadas
400ml de leite
Noz moscada
Sal

Amasse com um garfo a mandioquinha já descascada e cozida e reserve.
Refogue em uma panela o bacon, a linguiça calabreza até que fiquem dourados. Retire o excesso de óleo da panela, adicione a cebola, o alho e refogue. Junte a mandioquinha e vá acrescentando leite como no preparo de um purê, aos poucos e mexendo sempre até que tenha consistência de creme.
Acerte o sal e finalize com uma pitada de noz moscada ralada na hora e a salsinha e cebolinha picadas.
Sirva em canecas de ágata para um clima de comidinha de fazenda para uma noite fria em Minas ( comfort food) .

13 de março de 2013

Bolo de Cenoura



Bolo de Cenoura

Ingredientes:
3 cenouras grandes
3 ovos
1 xícara de chá de óleo de soja ou de girassol
2 xícaras de chá de açúcar
3 xícaras de chá de farinha de trigo
1 colher de sopa de fermento em pó
1 colher de sobremesa de manteiga ou óleo para untar
3 colheres de sopa de farinha de trigo para polvilhar

Modo de preparo:
Bata no liquidificador as cenouras, os ovos e o óleo. Acrescente aos poucos o açúcar e a farinha de trigo, e bata até obter uma mistura homogênea. Se o liquidificador não agüentar o peso da massa, termine de misturar em uma vasilha com o auxílio de uma espátula ou de um fouet( batedor de arame). Adicione e misture bem o fermento em pó. Coloque um uma forma de furo no meio de aproximadamente 25 cm de diâmetro ou em uma forma retangular de 30x20 cm, untada e enfarinhada.
Levar ao forno pré aquecido a 180 graus Centígrados por aproximadamente 25 minutos; ou até quando espetar um garfo ou palito, ele saia limpo.
Sirva o bolo quente com um pouco de açúcar e raspas de limão por cima e surpreenda-se com o aroma. Acompanhe com um chá quentinho e reconfortante ao final do dia.
A famosa calda de chocolate também está valendo.

10 de março de 2013

Salada de Couscous Marroquino



Salada de couscous marroquino com camarões 

Ingredientes:
250 gr de couscous marroquinho "fino" - semolina
250 ml (aproximadamente) de água fervente
200 gramas de camarões pequenos limpos
4 colheres de sopa de azeite
1 tomate sem pele e sem sementes picado em cubos pequenos
100 gr. de pimentões marinados picados em cobos ou tiras finas
3 colheres de sopa de salsa picada
raspas de 1 limão siciliano
suco de 3 limões sicilianos
2 colheres de chá de sal
1 colher de sopa de glutamato monossódico ( Ajinomoto)
1/2 colher de chá de pimenta do reino

Coloque o couscous seco em um recipiente e adicione a água fervente. Deixe hidratar por aproximadamente 15 minutos. Mexa com um garfo para soltar os grãos depois que toda a água for absorvida. Reserve.
Salteie os camarões já limpos com 1 colher de sopa de azeite rapidamente. Adicione o suco de 1 limão, 1 colher de chá de sal e reserve até esfriar.  
Misture com o couscous já hidratado os tomates, os pimentões marinados, a salsa, as raspas do limão e o restante do suco. Adicione o camarão salteado já frio, o sal, o glutamato e a pimenta do reino.
Misture tudo com o auxílio de um garfo para soltar bem todos os grãos. Sirva em seguida.
Dica: Para dar um toque diferente à sua salada, troque a pimenta do reino por 1 colher de sopa de pimenta rosa.

20 de janeiro de 2013

Cheesecake



Esta cheesecake é o resultado de uma receita inicial da Nigela Lawson, com toques de uma chef aventureira, opiniões das minhas "cobaias" e dicas de um chef experiente.
Tenha certeza que o resultado é surpreendente tanto no sabor quanto na textura.

Apreciem as artes e bom apetite!

Ingredientes
125 g de biscoito maisena
100 g de manteiga amolecida
300 g de creeme cheese
60 g de açúcar de confeiteiro
suco de 1 limão
250 ml de creme de leite fresco
geléia de frutas ou calda de framboesa

Modo de preparo

Bata os biscoitos no processador até que esfarelem. Junte a menteiga e bata de novo até que virem uma massa compacta. Pressione essa mistura no fundo de uma fôrma redonda de fundo removível de 25 cm de diâmetro. Leve para assar em forno alto ( aproximadamente 220°C) por 5 minutos ou até começar a dourar.
Bata juntos o cream cheese, o açúcar e o suco do limão até a mistura ficar cremosa.
Bata o creme de leite em ponto de chantily e junte-o à mistura de cream cheese.
Espalhe esta cobertura sobre a base de biscoitos e alise com uma espátula. Deixe na geladeira po 3 horas ou de um dia para o outro.
Na hora de servir, desenforme a cheesecake, corte e espalhe sobre cada pedaço a ser servido um pouco de geléia, uma calda caseira de framboesas ou outra fruta que preferir.


Dica: Esperimente ter várias opções de caldas e geléias para seus convidados usarem a imaginação nas combinações sobre a sua cheesecake. A minha favorita é a geléia de damasco.

17 de janeiro de 2013

Amado e Odiado Sr. Quiabo!

Ah o quiabo...depois que li este texto da Roberta Sudbrack não tive mais palavras para sequer descreve-lo. Segue o texto.
Quiabos me mordam!

Por Roberta Sudbrack

Falar de processo criativo para mim tem o mesmo efeito que emprestar escova de dente. Não gosto, não entendo e acho extremamente estranho. Francamente, me apavora a simples ideia de tentar explicar uma coisa dessas. Assim como me apavora a ideia de emprestar a minha escova de dente para alguém que não seja eu mesma.
Como explicar, por exemplo, a minha relação com as sementes de quiabo? Tão louca, mas tão louca, a ponto de sonhar com a utópica possibilidade de transformá-los em… Caviar? Como é que eu vou explicar que numa noite de lua cheia em Tiradentes, MG, enquanto comia um quiabo magnificamente preparado tudo isso aconteceu? De repente a sementinha do quiabo saiu correndo pelo meu prato. Imediatamente eu deixei as pessoas com quem estava jantando na mesa e me transportei para outro mundo. Um mundo onde quiabos falam com você, trocam ideias, fazem brainstorm, te interrogam e pior – ou melhor? – decidem o seu destino!
A história foi mais ou menos assim, tão logo adentrei esse mundo misterioso fui capturada, algemada e levada por alguns quiabos fortões ao encontro de um quiabo alto e formoso, aparentemente o líder. O local parecia um tribunal e estava repleto de quiabos de todas as procedências. O líder, aquele quiabo formoso, entrou e todos os outros se levantam. Ele fez um gesto de agradecimento, ordenou que todos sentassem e começasse a sabatina. Sabatina?
Primeira pergunta: “No seu mundo como nós somos preparados?”
Resposta: “Normalmente refogados ou ensopados!” Um silêncio toma conta do tribunal e todos suspiram: “oh…” O líder balança a cabeça e faz anotações. Segunda pergunta: “De que outra forma?” Resposta: “Bem existem uns malucos com eu que têm mania de grelhá-lo inteiro…” Aplausos e mais aplausos! Achei prudente apenas aceitá-los e não continuar, para que entrar no mérito do motivo pelo qual prefiro grelhá-los inteiros?
Mas eis que vem a terceira pergunta: “E o que fazem com a baba” Resposta firme: “Eliminamos!” Silêncio novamente no tribunal, o líder se ajeita na cadeira e os outros suspiram: “Ohhhhh…”
Claramente a situação não estava boa para o meu lado e na tentativa desesperada de retomar a confiança do grupo resolvo voltar à minha teoria: “Bem, eu e meus cozinheiros somos contra esse tipo de procedimento…” Nesse momento sou interrompida e aplaudida em cena aberta! Encho o peito de confiança e continuo: “Chegamos à conclusão de que a baba é na verdade uma gelatina natural. Gelatina essa que contém grandes quantidades de açúcar na sua composição…” Novamente aplausos efusivos tomam conta do tribunal e até um “uhuuu!” é ouvido ao longe. O líder chama o terceiro secretário, um quiabo bem sério e distinto e cochicha alguma coisa no seu ouvido. Observo com certa tensão, será que me excedi? Ultrapassei novamente algum limite? Qual será o meu fim? Alguns instantes depois dois quiabos com capes de guarda de trânsito se aproximam e me libertam das algemas sorrindo. O líder então diz: “prossiga.”
Respiro fundo e penso; o que tenho a perder? Na melhor das hipóteses serei grelhada viva como São Lourenzo o padroeiro dos cozinheiros, e, com sorte, depois de alguns milagres virarei santa e terei uma imagem no altar da minha própria cozinha. Na pior serei refogada ou ensopada com bastante água por vingança! Sigo em frente então: “Estudamos a composição do quiabo durante um ano na minha cozinha. No mundo de onde eu venho as pessoas costumam dizer que não gostam de quiabo justamente por causa da baba. Estávamos decididos a mudar essa história. Depois de muito estudo e pesquisas exaustivas conseguimos desenvolver um processo artesanal de concentração e aprisionamento dessa gelatina na própria semente do quiabo, o que chamamos de caviar vegetal.” Aplausos e mais aplausos efusivos! E muitos ‘uhuuus!” depois, o líder pede silêncio novamente e diz, agora ligeiramente sorridente: “Prossiga.”
Mais uma vez encho o peito de orgulho e prossigo: “Essa descoberta chamou a atenção do mundo gastronômico e eu e meus cozinheiros viajamos fazendo demonstrações e levando quiabos para a França, Espanha, Itália, Uruguai…” Nesse momento todos os quiabos se levantaram inclusive o líder, e aplaudiram emocionados. Alguns saltaram o cordão de isolamento e me carregaram nos braços até a praça, onde milhares de outros quiabos me esperavam eufóricos!”
Quando voltei para a mesa meus amigos me olhavam perplexos. Comi calmamente um pedaço do frango com quiabo e disse: “Eu avisei que processo criativo era algo muito íntimo!”


Também sempre tive uma estreita relação com o quiabo. Sua baba me encanta assim como sua crocancia quando cozido levemente....
Aqui vão algumas dicas para preparar este espécime amado e odiado, o Sr. Quiabo!


Escolha sempre os quiabos mais novos e verdinhos, eles são mais macios e também mais nutritivos.








Lave e não corte nem as pontas nem os cabinhos, mantenha-os inteiros. Reserve uma vasilha com água fria e gelo. Ferva bastante água em uma panela. Quando estiver fervendo, coloque os quiabos inteiros para cozinhar. Vá abaixando com o auxílio de uma espátula ou colher os quiabos que ficam na superfície da água fervente, pois se eles não estiverem completamente cobertos vão ficar com uma coloração mais escura, indesejada neste caso.
Depois de aproximadamente 3 minutos, esperimente a texturado quiabo, se já está cozido porém ainda firme e crocante. Retire da panela e imediatamente coloque no recipiente com a água bem gelada. Sirva como salada com o tempero de sua preferência ou utilize - o em outras preparações.






Polvo do Paulinho



Olá meus queridos! Dessa vez to trazendo algo novo, mais?! sim, afinal, não é todo mundo que decide misturar polvo com aspargos e alho poró...  Diferente? Sim, mas uma combinação harmoniosa, saborosa... De onde surgiu a idéia?
Foi assim, estava eu no supermercado, como sempre sem saber o que eu queria comprar, mas ja estava na hora do almoço, e queria fazer algo diferente, de preferencia com peixe. Cheguei na 'peixaria' do supermercado, e as opções se limitavam a apenas algumas dezenas de opções, dentre garoupa, linguado, robalo, pacu, bonito, namorado, tainha, salmão, dourado, saint peter, truta, olho de boi, e por aí vai... A dúvida ja surgiu aí, qual levar? OK, vamos por eliminação, os grandes eu descarto, afinal vou cozinhar só pra mim, agora ficou fácil, só sobraram as sardinhas, saint peter, filé de linguado, merluzza, truta, e mais algumas, ainda não ajudou... Entre os minutos de dúvida, enviei sms pra Beatriz Nomellini pra ver se ela tinha alguma sugestão, eis que o atendente acaba de chegar com alguns polvos fresquinhos, e com um tamanho legal, mas ainda assim grandes pra uma pessoa só (parecia grande a princípio, +/- 1kg, mas acabei comendo sozinho kkkk). Pois bem, tava decidido, comprei o polvo, alho poró, aspargos, e voltei pra casa para preparar o almoço...


Cheguei em casa e a questão agora era: O que fazer com o polvo?
Infinitas possibilidades, risotto, polvo a vinagrete, arroz de polvo, etc...

Vamos testar e descobrir...

Após limpo, e ja separados os tentáculos, cozinhei na água com um pouco de shoyo e aromatizantes cítricos, vulgo limão. Separei dois tentáculos para um tipo de prato e o restante para outro. Após cozidos, peguei esses dois pedaços e os fritei por imersão em óleo quente e aromatizado com alho, quando ja estava douradinho retirei, e o resultado foi surpreendente, polvo crocante por fora e macio por dentro, um aperitivo delicioso. Não tirei foto dele porque, quando pensei nisso, ja tinha comido tudo rs.

Segundo serviço do polvo:

Após cozido, mergulhei o polvo em água gelada e "voilà!" ja estava pronto pra degustar com um pouco de shoyu, foi o que pensei na hora...
Vamos aos aspargos: Usamos da técnica do branqueamento, que ajuda preservar as propriedades nutricionais e também a cor e textura, conferindo-lhe uma crocância deliciosa. A técnica consiste em retirar o alimento da água em que está cozinhando (2 minutos são suficientes para os aspargos) e imediatamente mergulhá-lo em água gelada, o resultado é excelente... Feito isso, eu os salteei na manteiga com o alho poró e um pouco de pimenta de cheiro e pimenta do reino, estava pronto meu almoço, e delicioso!


Até a próxima e se alguém tiver alguma sugestão de prato, doce ou salgado, que queira ver por aqui, é só nos enviar pelos comentários. Abraços

13 de janeiro de 2013

Conexão Belgisch Bier

Para a estréia das cervejas no blog, não poderia escolher algo menos especial do que uma Lindemans Kriek Cuveé René.
A Lindemans é uma cervejaria familiar belga, localizada em Vlezenbeek, uma pequena cidade no sudoeste de Bruxelas, na região do Vale do Senne, origem das autênticas Lambics e região abundante de leveduras selvagens.

Todas suas cervejas são feitas com um blend de Lambics com envelhecimento de 1 a 2 anos e somente produzidas nos meses de inverno, de outubro a maio. Utiliza lúpulo seco e envelhecido, afim de aproveitar apenas suas caracteristicas conservadoras e não seu amargor.

Produzida com malte de cevada, trigo, lúpulo e cereja negra, o seu sabor é bastante ácido e cítrico, porém com leves toques adocicados dos maltes. Sua carbonatação é espetacular com suas milhares de microbolhas, porém de rápida dispersão, como um espumante. O aroma é envolvente, suave, levemente doce, remete a uvas verdes, sauvignon blanc, com notas marcantes de cereja.



Origem: Bélgica
Família: Lambic
Estilo: Fruit Lambic - kriek
Cervejaria: Lindemans
Graduação Alcoólica: 6%
Coloração: Vermelho rubi
Temperatura ideal de consumo: 2° a 4°C

Harmoniza  com foie gras, peixes gordurosos, sobremesas com chocolate e cerejas, gorgonzola e camembert.




Espero que tenham gostado, em breve voltaremos com mais algumas dicas de cervejas especiais, e com certeza uma especial para cada paladar.

12 de janeiro de 2013

Cogumelos Recheados




O Sabadão chegou com tudo, trazendo inspiraçãos para meus hobbys gastronômicos rs rs...
A idéia de hoje surgiu por acaso, estava eu no supermercado, me deparei com algumas bandejas de cogumelo paris, num preço MUITO interessante, eis que adquiri... Depois de utilizá-los salteados em azeite trufado para acompanhamento de um assado, em saladas também, ainda sobravam alguns; e o que fazer com eles? Uma ideia pairou sobre minha mente criativa e pouco convencional: Cogumelos recheados!
(Não costumo falar em quantidades precisas, afinal cada cozinheiro tem seu feeling quanto a temperos e recheios)
*Nessa ocasião fiz um recheio de cream cheese com alho torrado triturado, e ciboulette pra finalizar, mas as possibilidades de recheios são inúmeras, depende de sua criatividade!
Como entrada é uma idéia interessante para abrir caminho para algum prato de carnes vermelhas ou de caça.

Do que preciso?
  • Cogumelos paris grandes ( 3 por pessoa)
  • Cream cheese
  • Alho torrado triturado
  • Pimenta do reino q.b.
  • Ciboulette para finalizar
Como faz?

Utilizando uma faca (de legumes) de ponta fina, vamos  cortar o talo do cogumelo o mais fundo possível, mas com cuidado para não atravessar a parte maior. Feito isso com todos, vamos pôr uma pitada de pimenta do reino em cada, na parte em que abrimos e que vai acomodar o recheio.
Agora coloque alguns grãos do alho torrado, e cubra com cream cheese até quase chegar à borda do cogumelo. Leve ao microondas por 1 minuto. Ao sair do forno coloque a ciboulette picada bem fininha por cima dos cogumelos e os sirva ainda quente. *No forno também fica bom, mas deve-se tomar certo cuidado para os cogumelos não ficarem "borrachentos".
Guten Appetit!!!

Sexta-feira dia de bebemorar




Submarino de Jägermeister com Lund Extrema Pilsen

Sexta a noite na city, onde ir? As opções são inúmeras, mas se você tem bom gosto, elas diminuem, ainda assim, são várias opções para diversos tipo de apreciadores... Na ocasião específica, escolhemos o Biergarten: Empório & Bar, um lugar onde se reunem cervejeiros, apreciadores da BOA cerveja, admiradores da culinária alemã, enfim, e que chegou pra revolucionar e contribuir para a expansão das cervejas especiais no interior de SP.
As opções de cervejas especiais e artesanais, nacionais e importadas se expandem para além dos 300 rótulos, e nada menos que 10 torneiras de cerveja na pressão, que mudam toda semana, trazendo sempre algo novo ao balcão do Bar, além de algumas cervejas exclusivas, como a Extrema Pilsen da microcervejaria Lund. Lugar agradável, o qual conheci quando ainda era uma "lujinha", e hoje é um charmoso bar no Novo Mercadão da Cidade. Atendimento sempre impecável, impossível não fazer amizade com proprietários (sempre atenciosos), funcionários e outros frequentadores.
Ontem desfrutamos de algumas cervejas e provamos o Croc Chi-le-le, uma espécie de crostini de salmão defumado com sour cream, montados sobre uma fatia de provolone assado.
E o último 'drink' foi um submarino de Jägermeister (foto acima) numa caneca de 500ml de Lund Extrema Pilsen, a cerveja exclusiva do Bar. A cozinha tem cardápio especial aos sábados, domingos e feriados, como Berlina Kassler e Joelho de porco, pratos tipicamente alemães, que harmonizam bem com as cervejas disponíveis no bar.
Kassler acompanhado de salsichas alemãs e batatas





Joelho de porco servido aos domingos






O Biergarten abre de segunda a sábado até as 23h e aos domingos e feriados até as 15h.

Até a próxima, e pra quem quiser conhecer mais sobre o Biergarten: Empório & Bar...:


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